sábado, 22 de junho de 2013

Perseguição da noite

Olhos cansados
Estradas sombrias
Caminhos curvados

Em meio a escuridão
Lágrimas caídas percorrem despercebidas
Em meio ao som desta solidão

O vazio que sinto
Os olhares que me percorrem
Lembranças invadem meu canto
Sinto-me inválida
Sinto-me invadida

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Anna

Café frio,
Doce sombrio.
Minha garganta ressecada
Por não comer, beber quase nada

Gritos de louvor,
Sons de dor,
Meu estômago seco
Minha testa doendo
Estou fudida

Vozes externas falam para comer
Vozes internas gritam não
Não sei o que fazer
Entro em colisão

Oh doce Anna,
Ajude-me a escolher
Qual voz seguir
Faça-me linda, sentir

Desejo, almejo
Em meus ossos repousar
Ossos sobre pele estar
Sem gordura, nem carne
Sem estrias, só mármore
Sentir meu coração, tango dançar
Meus pulmões pular

Quero sentir, ver e ouvir
Meus órgãos e a Anna sorrir,
Quero ver diante de um espelho,
A guria magra que eu anseio

Neste gole ofegante
Vejo um café calmante
Levando minha sede,
Peço que, minha fome, vede

Pensamentos manifestantes de meus dias

Sentada em um canto vago, quero morrer
Penso em como seria,
Deitar em um caixão acolchoado e com flores, sem sofrer
Em fim sem sofrimento, como eu gostaria

Manifestos explodem em ruas,
Vejo do alto pontos brilhantes, estrelas cruas,
Podemos continuar?
Aqui, neste mundo, posso ficar?

Já não vejo mais
Futuro? Para mim, tanto faz.
Uma utopia de vida seria
Deitar à sete palmos abaixo de terra fria

Já não mais corro, não mais ando
Porque não continuar chorando?
Porque não consigo, não sei
Minhas lágrimas, talvez, secaram
Eu hei de morrer, ah eu hei

Já não posso mais continuar com esta mentira,
Com esta farsa,
Pergunto se alguém ainda acreditaria
Se eu dissesse que sou feliz e que nada me passa.

Já não me importo em viver,
Em estar, em sentir
Em tocar, ver,
Não mais me importam os pensamentos alheios
Eles só me fazem rir

Com ironia,
Sem alegria
Vejo cães a morrer,
Pessoas, de fome, sofrer

Ando pelas ruas
Pernas passam nuas,
E meu desejo é que um carro qualquer
Ou homem ou mulher
Atinja-me, com balas
Ou com carro me bater...

Sei lá, só quero poder
Em fim morrer
Dormir em um caixão colchoado
E, mesmo que ele fosse chacoalhado
Não acordar,
Pois estaria em paz...

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Perfeição

"Que meu corpo seja usado em aulas de anatomia, não me importo, estarei feliz, pois meus ossos estarão a amostra e minha gordura terá ido embora. só assim voarei como um pássaro."

 Dark Raiser Connors