quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Desepções

Um dia me contaram,
Que ninguém se importa
Com o tempo que espero,
para estar em teus braços.

Me fizeram crer,
Que quando eu caísse,
Tu estarias lá, para me segurar
Em teus fortes braços
Que tu me beijarias com teus lábios doces e belos.
E não me soltaria nunca mais.

Me fizeram imaginar,
Que quando as trevas chegassem
Ao Sul eu veria meu refúgio
Os saxões não chegariam até mim
Pois eu teria minha fortaleza
Eu estaria contigo

Mas meu sonho virou um pesadelo
Eles mentiram para mim
Tu não estavas lá quando eu cai
Os saxões me prenderam
Olhei para o Sul e não vi Caerleon
Nem Avalon.
Nada vi além de ruínas.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

L'avventure

1. Aniversário
             Sempre tive tudo o que pedia. Morava em um tipo de fazenda em meu lindo e maravilhoso país, com direito a galinheiro, cabras, cavalos, ovelhas, carneiros e diversos tipos de legumes, verduras e frutas.
  Em qualquer tipo de feriado viajávamos para qualquer parte do mundo que eu quisesse. Cada emenda e feriado íamos para um lugar diferente.
  De tantos lugares desconhecidos e diferentes, bonitos e exóticos, a viajem que mais adorei foi a de mil novecentos e oitenta e cinco: no natal. Fui para Moscou, na Rússia e fiquei lá até dia seis de janeiro, dia de reis. De tantos feriados, o meu predileto era o natal e o mais santo e esperado era o finados.
  Com certeza éramos a família mais feliz do mundo, após muitas catástrofes.
  Minha irmã gêmea morreu no parto pelo meu cordão umbilical que, infelizmente e acidentalmente, a enforcara. E as catástrofes não param por ai: no ano que fiz dois anos de vida, minha mãe estava grávida de nove meses, quase parindo meu irmão, quando ela bateu em algumas pedras. Dormiu durante uma semana, quando acordou, soube a notícia de que seu bebê não sobreviveu. Ficou depressiva ao extremo, foi levada ao manicômio. Durante três meses lutou contra esta cruz em suas costas, sem vontade e esperança de recuperação. Ao final do terceiro mês, a cruz era mais forte
  Meu pai era prisioneiro em uma penitenciária do Brasil, no estado de São Paulo. Ele foi preso injustamente por homicídio, sendo que, na verdade, armaram para ele. Nunca o conheci.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Escadaria para o Paraíso


Há uma senhora que acredita que tudo o que brilha é ouro
E ela está comprando uma escadaria para o paraíso
Quando ela chega lá ela descobre que se as lojas estiverem todas fechadas
Com apenas uma palavra ela consegue o que veio buscar

E ela está comprando uma escadaria para o paraíso

Há um cartaz na parede mas ela quer ter certeza
Porque você sabe que às vezes as palavras têm duplo sentido
Em uma árvore a beira do riacho há um rouxinol que canta
Às vezes todos os nossos pensamentos estão errados.

Isto me faz pensar
Isto me faz pensar

Há algo que sinto quando olho para o oeste
E meu espírito chora ao partir
Em meus pensamentos tenho visto anéis de fumaça atravessando as árvores
E as vozes daqueles que ficam parados olhando

Isto me faz pensar
Isto realmente me faz pensar

E um sussurro avisa que em breve se todos entoarmos a canção
O flautista nos levará à razão
E um novo dia irá nascer para aqueles que suportarem
E a floresta irá ecoar gargalhadas

Se houver um alvoroço em sua horta, não fique assustada
É apenas limpeza de primaveril da rainha de maio
Sim, há dois caminhos que você pode seguir, mas na longa estrada
Há sempre tempo de mudar o caminho que você segue

E isso me faz pensar

Sua cabeça lateja e não vai parar
Caso você não saiba, o flautista te chama para você se juntar a ele
Querida senhora, pode ouvir o vento soprar?
E você sabia que sua escadaria repousa no vento sussurrante

E enquanto corremos soltos pela estrada
Com nossas sombras mais altas que nossas almas, lá caminha uma senhora que todos conhecemos
Que brilha luz branca e quer mostrar
Como tudo ainda vira ouro e se você ouvir com atenção

A canção irá finalmente chegar a você
Quando todos são um e um é o todo
Ser uma rocha e não rolar
E ela está comprando uma escadaria para o paraíso...

Misere Mani


Vou olhar para o céu
Vou procurar pelos sinais
Que nos dirá tudo sobre
Onde estaremos amanhã
Lerei todos os livros
de vários continentes
Para te contar sobre todas
As lendas do passado
Vou esperar o sol
No topo do mundo
Para te contar tudo sobre
A beleza da luz
Se você olhar dentro da sua alma
o mundo se abrirá para seus olhos
Você verá


Vou ficar na chuva
Espero que a canção vire realidade
E eu verei as cores
De um arco íris nebuloso
Eu vou ficar fora na noite
Olhando para a lua , estrelas cadentes
Para te contar o quão mágico
É o nosso universo
Se você olhar dentro de sua alma ,
O mundo se abrirá para os seus olhos
Você vai ver
 (Era)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pensamentos VI

Se aquele que tu amas te despreza,
Aprenda a também desprezá-lo,
Embora ainda no fundo
Continue a amá-lo ....


Pensamentos V

Quando dois olhares se cruzam,
São duas almas que se amam...
                                                Em silêncio..


Pensamentos IV

A ausência do bem amado,
É o maior suplício
Para um Coração Apaixonado...



Pensamentos III

Quem ama faz do Longe o perto,
Quem não ama faz do Perto o longe...


Pensamentos II

Quando não saber o que fazer,
Ou que caminho seguir,
Sorria, isso fará seu espírito descansar
E levará as raios de felicidade à sua alma...

Pensamentos

O triunfo não exige explicações, Embora tenha que lutar para isso.

Pensamentos

Não derrame lágrimas atoa, não pense que brigar vai te fazer melhor do que o outro, nunca abandone aquele que sempre te apoiou e nunca deixe de viver por aquela pessoa que só quer te deixar pra baixo. Viva a vida sem medo de errar! ( Isaac Roosevelt ) 



Nunca estás só, meu amor.
Eu estou contigo,
Mesmo que não saibas que estou presente,
Ou até mesmo que não queiras.

Eu estarei ai,

Chame-me se precisar,
Apesar de estar tão perto
Que nem precises,
Gosto de cerimônias...
Adoro certos caprichos...

O tempo está se esgotando,
Será que um dia tu voltarás?
Será que algum dia ele parará com seus caprichos?
Será que se cansará de ser tão infantil?
Até quando teremos que fingir que este sentimento nunca floresceu?
Que ele não é recíproco ?

(Dark Raiser Connors)

Querido

Te explicar o amor que eu sinto seria como escrever um livro.
Seria como ouvir uma música bem longa e se apaixonar, 
Seria como ver a Lua e se iluminar com ela. 


Tudo isso é como me sento em relação a ti - ainda.
Tudo, para mim, é nada sem ti, meu amor. 
Nada, se estiver contigo é tudo. 


O mundo dá voltas, 
Hoje tu se foste,
Porém, amanhã voltará
Assim que perceber que não está só.


( Dark Raiser Connors)

Epígrafe

Sou bem nascido, menino.
Fui como os demais, feliz.
Depois, veio o mal destino
E fez de mim o que quis.
Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levoutudo de vencida,
Rugiu como um furacão,
Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó-
Ah que dor!
Magoado e só,
-Só!-meu coração ardeu.
Ardeu em gritos dementes,
Na sua paixão sombria …
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.
-Esta pouca cinza fria…
( Manuel Bandeira- Estrela da vida inteira) 

A Camões


Quando n’alma pesar tua raça
A névoa da apagada e vil tristeza,
Busque ela sempre a glória que não passa, 
Em teu poema de heroísmo e de beleza.

Gênio purificado na desgraça,
Tu remiste em ti toda a grandeza.
Poeta e soldado … Em ti brilhou sem jaça 
O amor da grandeza pátria portuguesa.

E enquanto o fero canto ecoar na mente
Da estirpe que em perigos sublimados
Plantou a cruz em cada continente.

Não morrerá sem poetas nem soldados
 A língua em que cantaste rudemente
As armas e os barões assinalados.
(Manuel Bandeira- Estrela da vida inteira)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Abraço Gótico


[Lúcifer:]
Oh meu anjo de inverno
atormentado pela dor da tristeza
Um abraço gótico restaura meu amor
Deus tirou
Os romances de tempos esquecidos
em eras sem o sol.
Um mar de lágrimas que eu vejo
Um anoitecer de sonhos me acaricia


[Deliah:]
Tu foste, és, serás para sempre
A sombra da noite da tua dor
Estendendo-se para ele está rosa romântica na beleza do crepúsculo
Apaixonado a milhares de noites
Mas, chorando em silêncio, em ébano, de melancolia, sempre, sempre


Jesus caminha sobre a Terra, uma patética sombra de Deus
Uma cruel intriga para o motivo da escravidão
E Ele os arrasta até o flagelo da humanidade


[Lúcifer:]
Eu matei minha santidade
Matei meu vazio
Eu sou caído de Deus
Caído de culpa


Eu abandonei a luz
A luz que cegou por tanto tempo
Livre de submissão
Mas ainda sob o Seu feitiço
Nós estamos em dor, dor, dor
Tristeza se transforma em angústia
E eu grito com ódio
Para o tirano acima


[Deliah:]
Hosana de Profundis
Destrone o tirano
Pegue o seu trono, assuma o trono


[Astaroth:]
Lua gótica... incandesce a noite tão harmoniosa
Vocês solenes de um apaixonado jardim das almas carmesim
Toda a beleza verdadeira é triste, mas perdida nas mãos fechadas de Deus
Perdida nas mãos fechadas de Deus


[Lúcifer:]
Eu lamento que a noite passe por nós
Permita uma noite eterna, uma eterna noite
Eu lamento que a noite passe por nós
Permita uma noite eterna, uma eterna noite


Eu invocarei o dragão

Flor de Sangue


Eu fiz uma boa escolha morrendo
Eterna espera, alívio cinzento dominando minha mente
Constrangido pelo tempo e drenado pelo frio,
Ainda me encontro tremendo sob o sol nascente

Você é a estrela, você é a lua
Você é o solo onde as sombras florescem
Projetando uma luz que me traz tranqüilidade
onde as cavernas da morte congelam

A flor nunca desabrochou
Mas eu te amo da mesma forma
Apesar de, como um pássaro, você ter voado
Eu te amarei da mesma forma

Eu sou o sangue, um incêndio em sua alma...
E eu crescerei em paisagens muito gélidas

Oh,como eu te sinto em cada pequeno detalhe
Enquanto você espreita em meus sonhos atormentados
Não há esperança enquanto caminharmos por essa terra
Mas você deveria saber que meu universo grita,
ele grita por você

Eu choro por você!

A flor nunca desabrochou
Mas eu te amo da mesma forma
Apesar de, como um pássaro, você ter voado
Eu te amarei da mesma forma


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Confissões de Amor

Eu te quero tanto que nem sei,
Dizer o quanto e o que por ti estou sentindo,
Sei que sofro, porém, sofro sorrindo...
Só porque te amo, como nunca amei!

Sofro a dor da ilusão porque não sei
Se me queres, ou queres outro alguém
Sinto ciúmes de ti, como ninguém
Só porque te amo como nunca amei!

Ao ver teus olhos, logo os adorei!
E fiquei loucamente apaixonada
Eles dão vida ao meu olhar magoado
Só porque te amo como nunca te amei!

Se chorares teus olhos, chorarei!
Eu quero vê-los sempre risonhos
Pois, ao contrário, os meus ficam tristonhos
Só porque te amo como nunca amei!

Em sonho, sua boca já beijei
E assim, beijando em sonho, tua boca
Senti no peito uma coisa louca
Só porque te amo como nunca amei!


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Paraíso Caiu Em Lágrimas (O Lamento do Anjo)


Observe os céus, eles estão cheios de mentiras... disfarçadas
Observe os céus, eles estão cheios de mentiras... disfarçadas


Oh, criador, há tanto tempo temos caído de joelhos
Por muito tempo temos assassinado nossa honra, enquanto protegíamos a ti


Observe os céus, eles estão cheios de mentiras... disfarçadas
Observe os céus, eles estão cheios de mentiras... disfarçadas


E nós, guerreiros moldados no sangue de sua vaidade
O silêncio, leal pastor que guia a minha luz, está morto... em mim


Então deixe a noite levá-la nos seus braços
E seque estas lágrimas no abraço dela
É o fim do fingimento e de proteger...
A luz sagrada de Deus


El-shaddai, nós servimos a ti, doravante, não mais


Me mostre o paraíso, me mostre a culpa, Abraçe a dor
Nós devemos sofrer para perceber, nós precisamos Nos desesperar de novo e de novo
Nunca mais nossos joelhos vamos dobrar, nunca mais nossas mãos congeladas vamos juntar
Nós esperamos pela escuridão, nossas chamas ainda ardem pela mãe noite...
Observe-nos agora, enquanto choramos, para logo morrer, para viver novamente


Observe os céus, eles estão cheios de mentiras... disfarçadas
Observe os céus, eles estão cheios de mentiras... disfarçadas


Já nos banhamos em sangue para defender a sua própria glória
Já nos ajoelhamos e agradecemos para nada...
Já o vi morrer em nossos olhos
Eu percebi que Deus nos deve a sua vida


Conto de Amor

Pra ti ,formoso, o meu sonhar de louca
E o dom fatal, que desde o berço é meu,
Mas se os cantos da lira achardes pouco,
Pede-me a vida, pois tudo é teu...

Se queres culto- como um crente adoro,
Se pranto queres - eu te caio aos pés,
Se rires- rio, se chorares - choro,
E bebo o pranto que banhar-te a luz...


terça-feira, 22 de março de 2011

L'avventure

Prólogo
         Achava que tudo era para sempre. Achava que meu mundo era o mais importante, mesmo porque achava que o “meu mundo” era o único mundo que existia. Achava que as pessoas que conhecia antes eram os únicos habitantes da Terra.
         Ele quisera me usar, me maltratar e, depois de não ser mais útil para seus planos, me jogar fora como um papel de doce.
         Deitada na mesa de um legista pensei comigo, só comigo: que não teria outra chance de acertar meus erros com todos que sempre me quiseram bem – incluindo meu adorado e talvez... Só talvez, amado amigo.
         Sempre penso como será a minha morte: onde morrerei? Quem estará comigo? Quem serão as pessoas que chorarão a minha cova? Morrerei dormindo ou acordada? Serei assassinada? E se for, por quem? ... São tantas perguntas, mas penso também que nunca responderei a essas questões.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Romeo e Julieta


Ato I

Cena II

O mesmo. Jardim de Capuleto. Entra Romeu.

     ROMEU — Só ri das cicatrizes quem ferida nunca sofreu no corpo. (Julieta aparece na janela.) Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela? Será Julieta o sol daquele oriente? Surge, formoso sol, e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza, por ter visto que, como serva, és mais formosa que ela. Deixa, pois, de servi-la; ela é invejosa. Somente os tolos usam sua túnica de vestal, verde e doente; joga-a fora. Eis minha dama. Oh, sim! é o meu amor. Se ela soubesse disso! Ela fala; contudo, não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando. Vou responder-lhe. Não; sou muito ousado; não se dirige a mim: duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? Suas faces nitentes deixariam corridas as estrelas, como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam. Vede como ela apoia o rosto à mão. Ah! se eu fosse uma luva dessa mão, para poder tocar naquela face!
     JULIETA — Ai de mim!
     ROMEU — Oh, falou! Fala de novo, anjo brilhante, porque és tão glorioso para esta noite, sobre a minha fronte, como o emissário alado das alturas ser poderia para os olhos brancos e revirados dos mortais atônitos, que, para vê-lo, se reviram, quando montado passa nas ociosas nuvens e veleja no seio do ar sereno.
     JULIETA — Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
     ROMEU (à parte) — Continuo ouvindo-a mais um pouco, ou lhe respondo?
     JULIETA — Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
     ROMEU — Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante não serei Romeu.
     JULIETA — Quem és tu que, encoberto pela noite, entras em meu segredo?
     ROMEU — Por um nome não sei como dizer-te quem eu seja. Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.
     JULIETA — Minhas orelhas ainda não beberam cem palavras sequer de tua boca, mas reconheço o tom. Não és Romeu, um dos Montecchios?
     ROMEU — Não, bela menina; nem um nem outro, se isso te desgosta.
     JULIETA — Dize-me como entraste e porque vieste. Muito alto é o muro do jardim, difícil de escalar, sendo o ponto a própria morte – se quem és atendermos – caso fosses encontrado por um dos meus parentes.
     ROMEU — Do amor as lestes asas me fizeram transvoar o muro, pois barreira alguma conseguirá deter do amor o curso, tentando o amor tudo o que o amor realiza. Teus parentes, assim, não poderiam desviar-me do propósito.
     JULIETA — No caso de seres visto, poderão matar-te.
     ROMEU — Ai! Em teus olhos há maior perigo do que em vinte punhais de teus parentes. Olha-me com doçura, e é quanto basta para deixar-me à prova do ódio deles.
     JULIETA — Por nada deste mundo desejara que fosses visto aqui.
     ROMEU — A capa tenho da noite para deles ocultar-me. Basta que me ames, e eles que me vejam! Prefiro ter cerceada logo a vida pelo ódio deles, a ter morte longa, faltando o teu amor.
     JULIETA — Com quem tomaste informações para até aqui chegares?
     ROMEU — Com o amor, que a inquirir me deu coragem; deu-me conselhos e eu lhe emprestei olhos. Não sou piloto; mas se te encontrasses tão longe quanto a praia mais extensa que o mar longínquo banha, aventurara-me para obter tão preciosa mercancia.
     JULIETA — Sabe-lo bem: a máscara da noite me cobre agora o rosto; do contrário, um rubor virginal me pintaria, de pronto, as faces, pelo que me ouviste dizer neste momento. Desejara – oh! minto! – retratar-me do que disse. Mas fora! fora com as formalidades! Amas-me? Sei que vais dizer-me "sim", e creio no que dizes. Se o jurares, porém, talvez te mostres inconstante, pois dos perjúrios dos amantes, dizem, Jove sorri. Ó meu gentil Romeu! Se amas, proclama-o com sinceridade; ou se pensas, acaso, que foi fácil minha conquista, vou tornar-me ríspida, franzir o sobrecenho e dizer "não", porque me faças novamente a corte. Se não, por nada, nada deste mundo. Belo Montecchio, é certo: estou perdida, louca de amor; daí poder pensares que meu procedimento é assaz leviano; mas podeis crer-me, cavalheiro, que hei de mais fiel mostrar-me do que quantas têm bastante astúcia para serem cautas. Poderia ter sido mais prudente, preciso confessá-lo, se não fosse teres ouvido sem que eu percebesse, minha veraz paixão. Assim, perdoa-me, não imputando à leviandade, nunca, meu abandono pronto, descoberto tão facilmente pela noite escura.
     ROMEU — Senhora, juro pela santa lua que acairela de prata as belas frondes de todas estas árvores frutíferas...
     JULIETA — Não jures pela lua, essa inconstante, que seu contorno circular altera todos os meses, porque não pareça que teu amor, também, é assim mudável.
     ROMEU — Por que devo jurar?
     JULIETA — Não jures nada, ou jura, se o quiseres, por ti mesmo, por tua nobre pessoa, que é o objeto de minha idolatria. Assim, te creio.
     ROMEU — Se o amor sincero deste coração...
     JULIETA — Pára! não jures; muito embora sejas toda minha alegria, não me alegra a aliança desta noite; irrefletida foi por demais, precipitada, súbita, tal qual como o relâmpago que deixa de existir antes que dizer possamos: Ei-lo! brilhou! Boa noite, meu querido. Que o hálito do estio amadureça este botão de amor, porque ele possa numa flor transformar-se delicada, quando outra vez nos virmos. Até à vista; boa noite. Possas ter a mesma calma que neste instante se me apossa da alma.
     ROMEU — Vais deixar-me sair mal satisfeito?
     JULIETA — Que alegria querias esta noite?
     ROMEU — Trocar contigo o voto fiel de amor.
     JULIETA — Antes que mo pedisses, já to dera; mas desejara ter de dá-lo ainda.
     ROMEU — Desejas retirá-lo? Com que intuito, querido amor?
     JULIETA — Porque, mais generosa, de novo to ofertasse. No entretanto, não quero nada, afora o que possuo. Minha bondade é como o mar: sem fim, e tão funda quanto ele. Posso dar-te sem medida, que muito mais me sobra: ambos são infinitos. (A ama chama dentro.) Ouço bulha dentro de casa. Adeus, amor! Adeus! – Ama, vou já! – Sê fiel, doce Montecchio. Espera um momentinho; volto logo. (Retira-se da janela.)
     ROMEU — Oh! que noite abençoada! Tenho medo, de um sonho, lisonjeiro em demasia para ser realidade.
     (Julieta torna a aparecer em cima.)
     JULIETA — Romeu querido, só três palavrinhas, e boa noite outra vez. Se esse amoroso pendor for sério e honesto, amanhã cedo me envia uma palavra pelo próprio que eu te mandar: em que lugar e quando pretendes realizar a cerimônia, que a teus pés deporei minha ventura, para seguir-te pelo mundo todo como a senhor e esposo.
     AMA (dentro) — Senhorita!
     JULIETA — Já vou! Já vou! – Porém se não for puro teu pensamento, peço-te...
     AMA (dentro) — Menina!
     JULIETA — Já vou! Neste momento! – ... que não sigas com tuas insistências e me deixes entregue à minha dor. Amanhã cedo te mandarei recado por um próprio.
     ROMEU — Por minha alma...
     JULIETA — Boa noite vezes mil. (Retira-se.)
     ROMEU — Não, má noite, sem tua luz gentil. O amor procura o amor como o estudante que para a escola corre: num instante. Mas, ao se afastar dele, o amor parece que se transforma em colegial refece.
     (Faz menção de retirar-se.)
     (Julieta torna a aparecer em cima.)
     JULIETA — Psiu! Romeu, psiu! Oh! quem me dera o grito do falcoeiro, porque chamar pudesse esse nobre gavião! O cativeiro tem voz rouca; não pode falar alto, senão eu forçaria a gruta de Eco, deixando ainda mais rouca do que a minha sua voz aérea, à força de cem vezes o nome repetir do meu Romeu.
     ROMEU — Minha alma é que me chama pelo nome. Que doce som de prata faz a língua dos amantes à noite, tal qual música langorosa que ouvido atento escuta?
     JULIETA — Romeu!
     ROMEU — Minha querida?
     JULIETA — A que horas, cedo, devo mandar alguém para falar-te?
     ROMEU — Às nove horas.
     JULIETA — Sem falta. Só parece que até lá são vinte anos. Esqueci-me do que tinha a dizer.
     ROMEU — Deixa que eu fique parado aqui, até que te recordes.
     JULIETA — Esquecê-lo-ia, só para que sempre ficasses ai parado, recordando-me de como adoro tua companhia.
     ROMEU — E eu ficaria, para que esquecesses, deixando de lembrar-me de outra casa que não fosse esta aqui.
     JULIETA — É quase dia; desejara que já tivesses ido, não mais longe, porém, do que travessa menina deixa o meigo passarinho, que das mãos ela solta – tal qual pobre prisioneiro na corda bem torcida – para logo puxá-lo novamente pelo fio de seda, tão ciumenta e amorosa é de sua liberdade.
     ROMEU — Quisera ser teu passarinho.
     JULIETA — O mesmo, querido, eu desejara; mas de tanto te acariciar, podia, até, matar-te. Adeus; calca-me a dor com tanto afã, que boa-noite eu diria até amanhã.
     ROMEU — Que aos teus olhos o sono baixe e ao peito. Fosse eu o sono e dormisse desse jeito! Vou procurar meu pai espiritual, para um conselho lhe pedir leal. (Sai.)

Romeo e Julieta


 Ato I

Cena V

O mesmo. Um salão em casa de Capuleto. Músicos esperam. Entram criados.

     PRIMEIRO CRIADO — Onde está o Caçarola, que não vem ajudar a tirar a mesa? Aquele troca-pratos! Olá, Raspa-pratos!
     SEGUNDO CRIADO — Retira esses tamboretes, arrasta o aparador. Cuidado com a baixela! Amigo, separa para mim um pedaço de massapão. E se me tens amizade, dize ao porteiro que deixe entrar Nell e Susana Grindstone. Antônio! Caçarola!
     TERCEIRO CRIADO — Aqui, rapaz! Estamos prontos.
     PRIMEIRO CRIADO — Estão vos chamando, estão vos procurando, reclamam vossa presença na sala grande.
     TERCEIRO CRIADO — Não podemos estar aqui e lá ao mesmo tempo.
     SEGUNDO CRIADO — Alegria, rapazes! Ficai lépidos pelo menos uma vez na vida. Quem viver mais tempo, ficará com tudo.
     (Afastam-se para o fundo.)
     (Entram Capuleto, Julieta e outras pessoas da casa, que se encontram com hóspedes e mascarados.)
     CAPULETO — Cavalheiros, bem-vindos. As senhoras que não sofrerem no dedão de calos hão de dançar convosco. Olá, senhoras! Qual de vós há de agora recusar-se a dar uma voltinha? A que mimosa se mostrar por demais, faço uma aposta em como terá calos. Como! Agora ficamos juntos? Sede aqui bem-vindos, meus senhores! Já vi também os dias em que punha uma máscara e sabia cochichar uma ou duas palavrinhas nuns ouvidos bonitos. E agradavam! Mas já lá vai o tempo... Tudo passa. Sois bem-vindos, senhores. Vinde, músicos! Tocai logo! Licença! Abri caminho... Com licença! Meninas, ligeireza! (Música e dança.) Mais luz, marotos! Arrastai as mesas e apagai esse fogo, que está muito quente aqui dentro. Ah! essas brincadeiras inesperadas chegam sempre a tempo. Sim, sentai-vos, sentai-vos, caro primo Capuleto; nós dois já não estamos na idade de dançar. Há quanto tempo deixamos de pôr máscara?
     SEGUNDO CAPULETO — Trinta anos, pela Virgem; trinta anos.
     CAPULETO — Como, primo! Não, não faz tanto tempo; é muita coisa. Foi desde o casamento de Lucêncio. Venha quando quiser o Pentecostes, serão vinte e cinco anos.... Nós, de máscara...
     SEGUNDO CAPULETO — Muito mais! Muito mais! O filho dele, senhor, tem mais idade; tem trinta anos.
     CAPULETO — Que dizeis! Pois se esse filho dele há uns dois anos maior não era ainda!
     ROMEU — Que dama é aquela que enriquece o braço daquele cavalheiro?
     CRIADO — Desconheço-a, meu senhor.
     ROMEU — Oh! ela ensina a tocha a ser luzente. Dir-se-ia que da face está pendente da noite, tal qual jóia mui preciosa da orelha de uma etíope mimosa. Bela demais para o uso, muito cara para a vida terrena. Como clara pomba ao lado de gralhas tagarelas, anda no meio das demais donzelas. Vou procurá-la, ao terminar a dança porque a esta rude mão possa dar ansa de tocar nela e, assim, ficar bendita. Meu coração, até hoje, teve a dita de conhecer o amor? Oh! que simpleza! Nunca soube até agora o que é beleza.
     TEBALDO — Pela voz este aqui é algum Montecchio. Rapaz, vai buscar logo minha espada. Como! Esse escravo atreve-se a, com máscara grotesca, vir aqui, para de nossa festividade rir e fazer pouco? Pela honra do meu sangue e nobre estado, dar-lhe a morte não julgo ser pecado.
     CAPULETO — Que tens, sobrinho? Que se dá contigo?
     TEBALDO — Tio, aquele é um Montecchio, nosso inimigo; um vilão que aqui entrou por zombaria, para nos estragar toda a alegria.
     CAPULETO — Não é o jovem Romeu?
     TEBALDO — O mesmo, o biltre Romeu.
     CAPULETO — Gentil sobrinho, fica quieto; deixa-o tranqüilo. Ele se tem mostrado perfeito gentil-homem. Para ser-te franco, Verona tem orgulho dele, como rapaz virtuoso e mui polido. Nem por toda a riqueza da cidade quisera que ele aqui fosse ofendido. Acalma-te, portanto, e fica alegre; essa é a minha vontade. Se a acatares, fica alegre e desfaze essa carranca que não vai bem com nossa alacridade.
     TEBALDO — Vai, sim, quando um vilão se mete nela. Não o suporto.
     CAPULETO — Terás de suportá-lo. Como, rapaz! Estou mandando: deixa-o! Quem manda aqui, acaso; vós ou eu? Ora, não o suportais! Deus me salve a alma. Quereis fazer barulho entre meus hóspedes? Provocar briga? Ser mandão na festa?
     TEBALDO — Mas, tio, é vergonhoso...
     CAPULETO — Ide, ide. Sois petulante, não? Prejudicar-vos ainda pode esta história. Sei de tudo. Procurais contrariar-me? Eis o momento. – Muito bem, corações! – Sois um fedelho. Ide acalmar-vos – Luz! Mais luz! – Que opróbrio! Já vou deixar-vos quieto. – Assim, meus caros! Alegria! Alegria!
     TEBALDO — A paciência e o furor, equilibrados, inativos me deixam com seus brados. Vou sair; mas o intruso que hoje é mel, será amanhã o mais amargo fel. (Sai.)
     ROMEU — (a Julieta) – Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.
     JULIETA — Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.
     ROMEU — Os santos e os devotos não têm boca?
     JULIETA — Sim, peregrino, só para orações.
     ROMEU — Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.
     JULIETA — Sem se mexer, o santo exalça o voto.
     ROMEU — Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados. (Beija-a.)
     JULIETA — Que passaram, assim, para meus lábios.
     ROMEU — Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos.
     JULIETA — Beijais tal qual os sábios.
     AMA — Vossa mãe quer falar-vos, senhorita.
     ROMEU — Quem é a mãe dela?
     AMA — Ora essa, cavalheiro! A dona desta casa, certamente, uma digna senhora, honesta e sábia. Amamentei-lhe a filha, a senhorita com que falastes. E uma coisa eu digo, com certeza: quem vier a desposá-la, ficará cheio de ouro.
     ROMEU — É Capuleto? Oh conta cara! Minha vida é dívida de hoje em diante no livro do inimigo.
     BENVÓLIO — A festa já acabou; vamos embora.
     ROMEU — Acabou? Para mim começa agora.
     CAPULETO — Não, cavalheiros, não saiais tão cedo; ainda teremos uma ceiazinha. Mas partis mesmo? A todos, obrigado. Muito obrigado, honesto cavalheiro. Boa noite. – Trazei-me aqui mais tochas! Sendo assim, vou deitar-me. É certo, amigo: já está ficando tarde. Vou deitar-me.
     (Saem todos, com exceção de Julieta e a ama.)
     JULIETA — Ama, quem é aquele gentil-homem?
     AMA — Herdeiro e filho de Tibério, o velho.
     JULIETA — E aquele que ora passa pela porta?
     AMA — Se não me engano, é o filho de Petrucchio.
     JULIETA — E aquele que ali vai, que não dançou?
     AMA — Não sei quem seja.
     JULIETA — Então vai perguntar-lhe como se chama. Vai! Se for casado, um túmulo será todo o meu fado.
     AMA — Romeu é o nome dele; é um dos Montecchios, filho único do vosso grande inimigo.
     JULIETA — Como do amor a inimizade me arde! Desconhecido e asnado muito tarde. Como esse monstro, o amor, brinca comigo: apaixonada ver-me do inimigo!
     AMA — Como assim? Como assim?
     JULIETA — Isso é uma rima que aprender fui com quem dancei há pouco.
     AMA — Já vamos! Um momento! – Está na hora; já se foram os hóspedes embora.
     (Saem.)

sábado, 19 de março de 2011

Lágrimas Melancólicas



É assim todo o dia
O sol clareia brando
A lua suaviza meu pranto
Medito sobre minha vida vazia

Lágrimas de suplício
Lágrimas geladas...
Lágrimas desperdiçadas...
Tentando aliviar meu martírio

E eu odeio tudo isso
Odeio sentir essa tortura
Ser seguida por essa amargura
Até já tentei suicídio

Minha lamúria
Meu terror que queima minha alma
Minha mortificação que não me deixa ter calma
Minha eterna fúria

Lágrimas...
Lágrimas de dor
Lágrimas sem amor
Mágoas...

Tentei me afogar
Nessa lamentação inútil
Nesse lamento fútil
Na bruma que disfarça o mar

Mas isso não me protegeu
Só me trouxe mais aflição
Só trouxe minha crucificação
Mas isso não me abateu

Pois, assim como eu
Nesse mundo profano
Sufocado nesse desejo insano
Muita gente morreu...

Nessa imortal depressão

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tempo

o dia se vai
a noite chaga,
O sol se vai,
A lua chega,

E assim se passa as horas,
Rápido de mais,
Devagar de mais

Ja não se tem tempo,
Nunca ganharemos o tempo que perdemos,
Somente estamos o gastando

E a única coisa que sobra,
Quando o tempo passa devagar,
Ou muito rápido,
é o tédio preenchendo o vazio nesta imensidão...

domingo, 6 de março de 2011

Coulrofobia

Quando vi este nome pela primeira vez pensei "WTF?" Mas quando vi o que significava, fiquei quase de queixo caído, é exatamente a fobia que tenho: medo de palhaços.
  Quem houve esta fobia fala: "mas como uma pessoa pode ter medo de alguém tão hilário?" Bem, antes de adquirir esta fobia eu também pensava essas coisas, mas agora não posso nem ao menos ouvir a palavra "circo" que já fico com calafrios, falta de ar e ataques de pânico.
   As pessoas que tem esta fobia, como eu, a adquiriram com experiências traumáticas ou pela mídia que coloca fotos medonhas desses caras fazendo coisas assustadoras.
  Eu sei que nem ao menos posso assistir mais The Simpsons, pois sempre que vejo o Krust, sempre fico mal.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


Hoje a antiguidade me inspirou, as crenças egípcias para ser exata. Estou ressuscitando os Deuses e animais esquecidos, porém sagrados do antigo Egito.Nas postagens anteriores escrevi sobre Deus-Seth e Benu. Nesta, escrevo sobre o Deus Sol ( Deus Rá). "Deixem a mente aberta a sabedoria".
    Rá ou Ré é o deus do Sol do Antigo Egito. No período da Quinta Dinastia se tornou uma das principais divindades da religião egípcia, identificado primordialmente com o sol do meio-dia. O principal centro de seu culto era a cidade de Heliópolis (chamada de Inun, "Local dos Pilares", em egípcio), onde era identificado com o deus solar local, Atum. Através de Atum, ou como Atum-Ra, também era visto como o primeiro ser, responsável pela origem da Enéade, que consistia de Shu e Tefnut, Geb e Nut, Osíris, Seth, Ísis e Néftis.
Nos textos das pirâmides, Rá e Hórus são claramente distintos (por exemplo, Hórus remove para o sul do céu o trono de Rá), mas em dinastias posteriores Rá foi fundido com o deus Hórus, formando Re-Horakhty ("Rá, que é o Hórus dos Dois Horizontes"), e acreditava-se que era soberano de todas as partes do mundo criado (o céu, a terra e o mundo inferior.) É associado com o falcão ou o gavião. No Império Novo o deus Amon se tornou proeminente, após fundir-se com Rá e formar Amon-Rá.
Durante o Período de Amarna, Akhenaton reprimiu o culto de Rá em favor de outra divindade solar, Aton, o disco solar deificado, porém com a sua morte o culto de Rá foi restaurado.
O culto do touro Mnévis, uma encarnação de Rá, também teve seu centro em Heliópolis, onde existia um cemitério oficial para os touros sacrificados.
Segundo uma das versões do mito, todas as formas de vida teriam sido criadas por Rá, que as chamou à existência pronunciando seus nomes secretos. De acordo com outra das versões, os seres humanos teriam sido criados a partir das lágrimas e do suor de Rá, motivo pelo qual os egípcios se chamavam de "Gado de Rá". No mito da Vaca Celestial se descreve como a humanidade teria tramado contra Rá, e como ele teria enviado seu olho, na forma da deusa Sekhmet, para puni-los, que acabou por se tornar sedenta por sangue, e só foi pacificada com a mistura de cerveja e tinta vermelha.

Benu

Saudações ,
Hoje a antiguidade me inspirou, as crenças egípcias para ser exata. Estou ressuscitando os Deuses e animais esquecidos, porém sagrados do antigo Egito. Na postagem anterior falei sobre o Deus-Seth. Nesta será um animal sagrado esquecido Benu.
   Benu (também grafado Bennu, era na mitologia egípcia um animal parecido com uma garça real).  Em algumas representações artísticas, o Benu tinha sobre a cabeça a coroa branca do Alto Egipto acompanhada por duas plumas altas, formando a coroaatef.
Não se sabe muito sobre o culto ao Benu, excepto que estava centrado em Heliópolis.
Este animal era considerado como o ba(alma) do deus Ré (o sol, na sua forma de Atum) quando este surgira no momento da criação do mundo pousando na pedra Benben, a primeira porção de terra emersa das águas primordiais, identificadas ao Deus Nun, tendo dado origem à vida. A ave era vista, em outros casos, como o ba(alma) de Osíris, surgida após a morte do deus nas mãos de Seth.
Segundo outro mito egípcio, uma garça, conhecida como a "Grande Grasnadora", põe o primeiro ovo, do qual saiu o Benu.
Os antigos Gregos identificaram este animal com a fenix. Segundo Heródoto o Benu surgia apenas cada quinhentos anos, trazendo o corpo do pai falecido. De acordo com o autor grego, a ave criava um fogueira na qual perecia e a partir da qual surgia uma nova ave.

odeio o amor

Eu odeio o amor
Odeio chorar por quem não me ama
Odeio comprar flores e presentes
Odeio ver teu olhos vermelhos por minha causa
Odeio não deixar de sorrir ao te ver
Odeio não ter vc ao meu lado
Simplesmente odeio o amor pelo simples fato de não deixar de te amar...