quarta-feira, 19 de junho de 2013

Anna

Café frio,
Doce sombrio.
Minha garganta ressecada
Por não comer, beber quase nada

Gritos de louvor,
Sons de dor,
Meu estômago seco
Minha testa doendo
Estou fudida

Vozes externas falam para comer
Vozes internas gritam não
Não sei o que fazer
Entro em colisão

Oh doce Anna,
Ajude-me a escolher
Qual voz seguir
Faça-me linda, sentir

Desejo, almejo
Em meus ossos repousar
Ossos sobre pele estar
Sem gordura, nem carne
Sem estrias, só mármore
Sentir meu coração, tango dançar
Meus pulmões pular

Quero sentir, ver e ouvir
Meus órgãos e a Anna sorrir,
Quero ver diante de um espelho,
A guria magra que eu anseio

Neste gole ofegante
Vejo um café calmante
Levando minha sede,
Peço que, minha fome, vede

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